Não é sempre que as boas ideais nascem e você está com o papel e a caneta na mão, não é mesmo? Ainda mais quando a sua ideia brilhante pode contribuir com o seu TCC. Mas, alguns métodos de organização de estudos podem te ajudam a desenvolver seu trabalho.
A estudante do Curso de Direito da Unijuí, Schirley Kamile Paplowski, desenvolve seu estudo “Onde foi parar meu anjo da guarda? ”, a partir da pesquisa bibliográfica e para organizar tudo ela elaborou uma tabela com base na sua previsão de sumário.
“Em uma coluna especifiquei o que seria exposto no capítulo e, em outra coluna, quais materiais me serviriam para isso. Conforme eu ia realizando as leituras e me vinha uma ideia para trabalhar lá no outro capítulo, já inseria aquela obra na coluna. Estive, assim, mais segura de que não esqueceria algum ponto importante”, sugere.
Para Schirley, a escrita do TCC tem sido uma boa experiência que lhe permite transitar em outras áreas e enriquecer seus estudos. “Gosto de mesclar outras áreas com o Direito, porque a ciência jurídica só tem razão de ser, ao meu ver, quando interligada com outras ciências. Acredito que por tais motivos me arrisquei a inserir na pesquisa um capítulo essencialmente sobre questões psicológicas. Mas, além disso, tenho necessidade de incluir literatura em meus trabalhos. O fiz com a monografia, por meio de poemas que retratavam de certo modo o sofrimento, sempre com o objetivo de humanizar aquilo sobre o que estou falando”, comenta.
Conheça um pouco mais sobre o estudo desenvolvido pela Schirley para o seu Trabalho de Conclusão de Curso.
Qual o título do seu estudo?
Onde foi parar meu anjo da guarda? O panorama brasileiro da violência sexual infantojuvenil e seus decorrentes impactos jurídicos e psíquicos.
Qual o objetivo?
Schirley: Tenho em meu trabalho uma gama de objetivos, que sob o ponto de vista geral delimitei ao estudo do fenômeno da violência sexual praticada contra crianças e adolescentes, com ênfase à prática intrafamiliar, sob a perspectiva não só jurídica, mas também social e psicológica. Também a respeito da proteção que o ordenamento jurídico brasileiro confere à população infantojuvenil, quais as condutas de cunho sexual que são previstas legalmente como criminosas, os fatores psicossociais que permeiam a conduta do violentador, bem como os impactos individuais sofridos pela pessoa ofendida.
Quais os resultados, ou resultados esperados?
Schirley: Ainda estou em fase de elaboração de minha monografia, que foi dividida em três capítulos a fim de melhor abordar o tema. Posso afirmar desde já, contudo, que questões relacionadas ao exercício do poder e da dominação sobre os corpos possuem relação muito mais próxima com a violência sexual do que com o próprio desejo, a que me refiro como mito, porque na maioria das vezes ele não está presente. A grande parte dos casos envolve meninas (cerca de 90%, a depender da pesquisa e da faixa etária), cuja maioria esmagadora dos autores da violência são pessoas que mantém vínculos com a criança ou com o adolescente, tais como pai, padrasto, avô e tio. Quase que a totalidade dos violentadores é do sexo masculino, o que não quer dizer que mulheres não pratiquem tais fatos, todavia a incidência é baixíssima. A temática se relaciona, portanto, com questões afetas ao gênero.
Pude perceber também que a violência sexual não se dá somente pela prática do estupro. Ela possui diversas formas de ser, inclusive com a exploração sexual e a pornografia infantil e juvenil, com elevada inserção da internet e dos meios eletrônicos de comunicação para a sua ocorrência. Pela própria natureza desses crimes, muitos deles não chegam ao conhecimento dos órgãos públicos (o que chamamos de subnotificação) e outra parcela, quando chega, aumenta o sofrimento da pessoa violentada se não receber o atendimento adequado (revitimização).
É um tema extremamente penoso e difícil, mas de abordagem necessária para a construção de possibilidades modificativas do cenário.
Como você está desenvolvendo seu estudo?
Schirley: O caminho traçado para se chegar aos objetivos gerais e específicos da pesquisa é essencialmente através de produções bibliográfica, nos meios físicos e virtuais, do tipo exploratório. Pela rede mundial de computadores encontrei muitas pesquisas já efetuadas que se referiam a um ponto específico do meu tema. Efetuei leituras (algumas ainda em andamento) e refleti criticamente sobre o material, coletando diversas informações que ainda estou organizando.
Qual a importância desse estudo para a sociedade?
Schirley: Como eu afirmei antes, muitos casos de violência sexual não chegam ao conhecimento dos órgãos responsáveis pela responsabilização do agressor e pela proteção da criança ou do adolescente. Ainda assim os índices de violência são alarmantes. Maria Cecilia de Souza Minayo, socióloga, afirma que a violência deve ser objeto de nossa reflexão. É a isto que me proponho: refletir sobre uma forma de violência que atinge parcela social de grande vulnerabilidade (como crianças e adolescentes) cujos efeitos são drásticos. Discutir e, mais do que isso, compartilhar o que aprendi são modos tímidos pelos quais pretendo colaborar para mudanças sociais.
Estudante, Unijuí: para se aprofundar em conteúdos, iniciar na pesquisa ou na extensão, uma baita opção são os Grupos de Estudos da UNIJUÍ. Nos Campi Santa Rosa e Três Passos são sete opções em diferentes áreas. Atualmente, cerca de 100 estudantes participam desse formato de estudo compartilhado.
Para o estudante do 7º semestre de Engenharia Elétrica do Campus Santa Rosa, Leonardo Camera Alves, uma das principais vantagens é o estímulo à pesquisa e a busca por novos conhecimentos. “Aperfeiçoamos nossas habilidades de trabalho em grupo, debatemos os pontos de vista diferentes sobre uma mesma ideia. Uma vez que os assuntos pesquisados são levantados em algumas das disciplinas do nosso curso, além de nos ajudar nelas, faz com que tenhamos mais curiosidade e vontade de aprender o assunto , além de nos ajudar a ver a realidade com outros olhos, nos motivando a fazer nossa parte”, destaca o estudante.
Os encontros são presenciais e acontecem com uma periodicidade quinzenal, ao menos. Uma das atividades desenvolvidas pelos grupos é a escrita de artigos científicos, que posteriormente são submetidos a apresentações em congressos, jornadas de pesquisas, extensão e seminários.
Segundo a professora Fernanda Serrer, responsável pelo grupo de estudos do curso de Direito do campus Santa Rosa, o grupo integra doze estudantes de diferentes semestres e vêm se revelando como um espaço privilegiado para o aprofundamento do debate acerca de temáticas ligadas ao conflito e suas formas de gestão e administração. “Como coordenadora do grupo tenho percebido o envolvimento dos estudantes nas rodadas de conversa, impressões pessoais dos textos lidos, na busca pelos espaços de fala e registro de suas ideias na forma de pequenos textos. Nesse sentido, já é possível perceber uma gradual construção de uma cultura acadêmica de pesquisa e produção científica, além da valorosa presença dos alunos na cena universitária em outros espaços para além da sala de aula”, ressalta Fernanda.
Para o Vice-Reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, professor Fernando Jaime González, “o projeto dos Grupos de Estudos, já nas primeiras semanas de funcionamento, está dando sinais claros que é uma estratégia interessante para potencializar o envolvimento dos estudantes dos campi Santa Rosa e Três Passos com a pesquisa e a extensão. Neste momento, uma centena de estudantes, acompanhados com um grupo de entusiasmados professores, estão dando os primeiros passos do que pode vir a ser uma “nova tradição” da UNIJUÍ. Esperamos que muitos mais acadêmicos se somem aos grupos no curto prazo”, destaca.
Já se perguntou quanto tempo você passa conectado na Internet? Com o uso de smartphones e tablets no nosso cotidiano, fica cada vez mais difícil não incorporar a tecnologia às nossas próprias vidas.
Pensando numa nova realidade, onde passamos cada vez mais tempo no mundo virtual, o Rizoma Unijuí, programa da UNIJUÍ FM resolveu abordar, o tema "Guia de Sobrevivência nas Redes Sociais"! Participaram, o professor de Direito na Unijuí, Mateus de Oliveira Fornasier; o psicólogo Diego Portolan; e a jornalista Fabiana do Prado; para dar dicas de convivência nesses espaços virtuais.
"Eu acho que toca a todos nós, porquê nós vivemos numa Era digital e isso predomina nas nossas relações", comentou o psicólogo Diego Portolan, ao destacar as novas modalidades em que nos conhecemos, trabalhamos, nos comunicamos e marcamos encontros nos dias atuais. "Eu me pergunto que tipo de vínculo é esse, hoje, que temos com o virtual? Como isso ganhou uma importância cricual na vida do ser humano?".
O professor Mateus Fornasier, por sua vez, aborda as consequências penais que podem implicar uma discussão ou divulgação falsa na Internet. De acordo com ele, na questão judicial, não se atribui nenhuma diferença entre os mundos real e virtual. Durante a entrevista, ele ainda faz uma comparação entre os conflitos de opinião que se desenvolvem nas redes sociais e o mesmo tipo de situação na vida real. "Pensando apenas no sentido moral, será que você sairia agredindo verbalmente ou gritando com uma pessoa na rua simplesmente porquê ela não concorda com você?", comentou.
A jornalista da Coordenadoria de Marketing da Unijuí, Fabiana do Prado, aproveitou o momento para lembrar das tecnologias que permeiam esses espaços, proporcionando formas novas e personalizadas de se receber a informação. "Nós também somos afetados por como a tecnologia vai agir, pois existe um outro lado também: o Facebook nos dá esse espaço, mas também está ali pegando nossos dados e usando algoritmos que ninguém sabe realmente qual é a fórmula", disse.