Campo de estudo em ascensão, a aliança entre educação e a mídia, da forma à expressão “educomunicação”, que significa a instrução dos sujeitos através dos meios de comunicação, com o intuito de formar cidadãos conscientes e críticos de nossa sociedade.
Com esse objetivo, as acadêmicas de Comunicação Social da UNIJUÍ Mireli Santos (Relações Públicas), Neila Daronco, Paula Kroth e Sílvia Volkweis (Jornalismo), desenvolveram, durante o segundo semestre deste ano, o Projeto Experimental “A Mídia na Sala de Aula”, orientadas pela professora Vera Raddatz. A metodologia do projeto consistiu em promover oficinas para capacitar 25 professoras da rede pública de ensino a atuarem com os meios de comunicação como um atrativo e auxílio na aprendizagem dos alunos.
Ao término das oficinas, foi desenvolvido um Caderno Metodológico, reunindo o conteúdo de cinco oficinas desenvolvidas. O caderno, número 19, integra a série Comunicação Social, publicado pela editora UNIJUÍ e estará disponível na biblioteca do campus da universidade à venda na livraria da sede acadêmica. As raízes do trabalho estão fundamentadas na Educomunicação, conceito em expansão, que alia a comunicação e educação visando o desenvolvimento da cidadania e consciência crítica nos atores sociais através do conhecimento e formulação dos conteúdos dos meios de comunicação.
Segundo a orientadora do Projeto, professora Vera Radatz, os estudos na área indicam cada vez mais uma tendência para a interação entre comunicadores e educadores. “Os meios de comunicação estão muito presentes na vida dos cidadãos, por isso é importante compreender como é o processo de produção das mensagens e como podemos ser mais críticos e participativos, exercendo a nossa cidadania”, explica.
A culminância do Projeto ocorreu na noite de segunda-feira, 1º de dezembro, quando estiveram presentes, no miniauditório 03 do campus da UNIJUÍ, professores, pais e estudantes, para o lançamento do Caderno Metodológico. Além do lançamento público do Caderno Metodológico, durante o evento foi apresentado um vídeo de registro das oficinas e as professoras participantes do projeto receberam o certificado e um exemplar da publicação.
Projetos como “A Mídia na Sala de Aula” tem ganhado cada vez mais espaço nas discussões teóricas e experimentais do Curso de Comunicação Social da UNIJUÍ, o que evidencia uma característica do curso: comunicação para e com a sociedade.
Nas tardes e noites de quinta e sexta-feira da semana passada, esteve em debate na Unijuí, o Maio de 68, que teve como culminância, manifestações, passetas e confrontos na França. O evento foi marcado por filmes, palestras e discussões, promovidas pelo Centro Acadêmico de Filosofia, Centro Acadêmico de História e DCE, além da participação de estudantes de diversos cursos da Unijuí.
O período representa aquilo que todas as gerações desejam e devem fazer: mudar o mundo à sua maneira. Não que seja tarefa fácil. Na França, jovens movidos a filosofia existencialista de Sartre, o cinema da Nouvelle Vague, principalmente Godard, além do Rock’ n Roll dos Doors e de Jimi Hendrix, saíram às ruas, promoveram debates, e até quebra-quebra, muitos desses, confrontos com a polícia. E disso para vários países. Pais desesperaram-se. Filhos saíram da tranqüilidade de suas casas para encarar a convulsão das ruas.
O motivo das manifestações: chamar, ou melhor, chacoalhar a atenção para a urgência de viver. Aquilo que Sartre chama de “viver sem interrupção”. Ou seja, os jovens da época tinham um (dentre muitos outros) lema: “é proibido proibir”. Cada um devia ser sujeito consciente dos seus desejos. A vida: a busca pela satisfação destes desejos. Não trata-se de endeusar o período. Nem de ficar preso ao passado. Mas, observar o que aquela geração nos possibilitou, nos alertou, nos fez melhores e deixar os erros e os exageros pra trás, isso sim.
No maior clima sexo, drogas e rock’n roll, o Maio de 68 foi caracterizado também, pela politização da juventude. É história, é exemplo, é evolução: nos costumes, na música, no cinema, na contestação da sociedade.
No Brasil, o período foi marcado pelo endurecimento extremo da ditadura, com a imposição do AI-5. Ou seja, estava tudo proibido. O que aconteceu: os jovens trocaram os livros, a música, o cinema e os discursos engajados, por paus, pedras, armas. Seqüestros. Em contrapartida, nos porões da ditadura, estudantes eram presos, torturados, mortos, esquecidos. Muitos ficaram com seqüelas para o resto da vida. Muitos se suicidaram. É história, é exemplo e não pode ser esquecido.
E a final? E agora? Pois é, não dá pra se viver preso em uma época. Também não da pra se deixar de analisar e incorporar o que de bom esse movimento (contra) cultural teve. Que legado a geração deixou para as próximas? Cazuza, nos anos 80 berrou: “Ideologia, eu quero uma pra viver!”.
O professor do Curso de Letras e Comunicação Social da Unijuí Larry Wisniewski, em sua palestra na quinta-feira à noite, chamou a atenção para a nossa atualidade:
Cadê a espontaneidade? Cadê a reflexão, o debate, a discussão de idéias? Segundo o professor, nossa estrutura, principalmente no que tange a cultura, tudo que não for minimamente planejado, não é executado. Tudo que não for mega, hiper, high, não atrai. Tudo que não for para o mercado, para o lucro, não rende.
Passamos por um período de transformações. A internet possibilita o acesso e a divulgação de uma série de coisas. Livros, filmes, revistas, jornais, rádios, tv’s, textos clássicos, blogs jornalísticos, opinativos, enfim, muita coisa. Um emaranhado complexo de cultura, informação e entretenimento. Tudo depende da ação dos sujeitos: seguindo a máxima aristotélica de que o homem transforma a potência em ação.
Para encerrar, mais uma idéia do professor Larry: “precisamos de mais espontaneidade”. Era isso...
Para saber mais
Filmes exibidos durante o evento:
Os Sonhadores, de Bernardo Bertolucci, 2003
Batismo de Sangue, de Helvécio Ratton, 2007
O que isso companheiro?, de Bruno Barreto, 1997
* Fernando Vieira Goettems - Estagiário de Jornalismo da Coordenadoria de Marketing da Unijuí
Programa de Atenção ao Idoso atende pacientes carentes, melhorando a qualidade de vida e evitando reinternações hospitalares |