Duas produções da UNIJUÍ serão exibidas no Gramado Cine Vídeo, evento que acontece simultâneamente ao Festival de Cinema de Gramado na Serra Gaúcha. O curta-metragem “O Caso Sócrates” e o documentário “Os Outros Lados do Rio: identidades culturais ao Sul da América do Sul foram selecionados nas categorias ficção Independente e universitário brasileiro - documentário, respectivamente.
O curta - metragem “O Caso Sócrates" concorreu na categoria ficção Independente, com produções de todo o Brasil e será exibido no dia 14 de agosto, às 10h, pela AGAUV - Associação Gaúcha de Audiovisual. “O Caso Sócrates” é a história de um professor que sonha em viabilizar uma experiência de análise e comportamento humano. Prendendo quatro pessoas desconhecidas e de diferentes personalidades em uma cela, Sócrates quer deixá-los durante alguns dias sem comer e beber, para descobrir como cada um irá reagir. Mas um acidente com o professor acaba prolongando a experiência. Sem ajuda e isolados do mundo, o tempo vai se esgotando e a paciência, a fome e o desespero começam a testar cada uma das vítimas.
Sócrates foi gravado um ambiente sórdido, sujo, frio, sem energia elétrica e abandonado. Era o antigo presídio de São Luiz Gonzaga. “Quando gravamos a primeira cena na cela, estava chovendo muito e fazia frio. O elenco teve que agüentar o cheiro de mofo, o chão molhado e o medo do local. Era realmente tenebroso e contribuiu muito para trazer mais realidade à ficção”, destacou Alex Duarte, diretor do curta. As cenas seqüenciais foram gravadas na madrugada de um sábado, acompanhando o nascer do sol. Deu para ver a geada nas gramas e notar através do silêncio do elenco, o pavor incondicional. “Foi um sofrimento que valeu a pena. Está tudo registrado no filme. O roteiro pedia sofrimento e o fizemos, com garra, companheirismo e esforço”, revelou a atriz Camila Maciel.
EQUIPE - O filme contou com a participação de mais de 30 figurantes e cinco atores no elenco central do filme: Darceli Crestani, Daiane Borba, Camila Maciel, Anderson Minuzzi e Luis Henrique Prado dos Santis. A co-direção ficou a cargo de Aline Diedrich e a direção de arte feita por Vibiani Ames Cantini. A direção, roteiro e edição foi assinada por Alex Duarte. Entrevistas com o elenco, curiosidades sobre a resistência humana, enquete, cenas de filmagem, são alguns dos destaques que podem ser consultados no blogger do filme: www.ocasosocrates.blogspot.com. Quem quiser conhecer 1min da produção, também pode assistir ao trailer no Youtube.
“Os Outros Lados do Rio: identidades culturais ao Sul da América do Sul”, foi selecionado para a mostra paralela, na categoria universitário brasileiro – documentário. Produzido pela relações públicas Bianca Dewes, pelo jornalista Felipe Dorneles e pela formanda em jornalismo Leila Endruweit, com orientação do professor e jornalista Larry Wizniewisky, o documentário retrata a identidade de Brasil e Argentina através da diversidade cultural construída por estas duas nações vizinhas. As representações culturais são expostas através de entrevistas e imagens que revelam um cenário de diversidade cultural de dois países divididos por um rio: o rio Uruguai.
O vídeo é um projeto experimental, trabalho de conclusão de curso, que teve como objetivo inicial retratar a identidade e a diversidade cultural existente nos dois países, bem como a construção de novas culturas através de uma reconstrução cultural. Para retratar a diversidade, além de entrevistar grupos folclóricos, crianças, adolescentes, líderes de opinião, o grupo fez uma cobertura da Festa Nacional do Imigrante, de Oberá, Argentina, e FENADI, de Ijuí, Brasil. O documentário aborda o Brasil dos Argentinos, a Argentina dos argentinos, o Brasil dos brasileiros e a Argentina dos brasileiros.
A idéia do documentário surgiu quando Bianca assistia a um dos programas Resistência, um programa cultural desenvolvido mensalmente no Sesc de Santa Rosa, cujo tema era Identidade Cultural: “fiquei curiosa com a fala do professor Larry, em que ele citava a existência de uma casa étnica brasileira na cidade de Oberá, Argentina. Percebi assim que o Brasil, por ser um país com grande diversidade cultural, preserva as culturas alemã, italiana, russa, polonesa, afro, entre outras. No entanto, o Brasil não tem uma casa étnica brasileira, onde os seus costumes, a sua culinária, a sua dança e a sua história possam ser preservados, e o país vizinho, a Argentina, tem. Naquele momento entendi que este fato poderia servir como objeto de estudo para o desenvolvimento de um vídeo-documentário”.
Felipe lembra que o grupo foi para a Argentina sem saber o que encontrariam lá. “Andávamos pelas ruas de Oberá filmando vitrines de lojas, entrevistando vendedores de rua, alunos de uma escola particular e o Parque da Festa do Imigrante. Apenas na segunda viagem pudemos perceber a dimensão e a diversidade cultural presente naquela região. E, só no momento em que assistimos às fitas, conseguimos entender o enredo do Projeto e desenvolver um roteiro final”.
Leila lembra que, no Brasil, a maior dificuldade foi encontrar uma associação organizada que representasse a Argentina: “Em Ijuí, embora tenhamos a representação de muitas etnias, o país vizinho, Argentina, não tem uma etnia organizada nem uma casa típica, ao contrário de Oberá, onde existe a coletividade brasileira. Quando já havíamos começado a gravar o documentário e já havíamos estado duas vezes na Argentina é que descobrimos, por coincidência, que no Brasil, em Jóia, existia um grupo folclórico que preservava as raízes e danças Argentinas, o Raízes Nativas. Então fomos a Jóia e conversamos com esse grupo que, curiosamente, nunca esteve na Argentina. Foi o toque que faltava para o vídeo ficar completo”.
O documentário foi produzido entre setembro e dezembro de 2007, nas cidades brasileiras de Ijuí, Jóia, Porto Mauá e Santa Rosa, e na cidade argentina Oberá. Foi lançado no dia 12 de janeiro, no Programa Resistência, no SESC de Santa Rosa, exibido durante o IV Seminário sobre Formação Docente (Sinforma) e, agora, no 16º Gramado Cine Vídeo, no dia 11 de agosto.