Desenvolver uma bebida láctea a base de soja com a utilização de bactérias probióticas, foi o objetivo de um projeto de pesquisa que, em 2006, iniciou suas análises e experiências no Núcleo de Alimentos da UNIJUÍ – Campus Santa Rosa. O projeto foi a base para o egresso do Curso de Química Industrial de Alimentos, Cristiano Augusto Ballus, ingressar imediatamente em um Mestrado reconhecido no País.
A pesquisa O projeto que levou o título “Aprimoramento de tecnologias para elaboração de produtos derivados de soja e leite com probióticos”, coordenado pela professora Ângela Fiorentini, do Departamento de Biologia e Química (DBQ), teve o apoio financeiro da Fundação de Amparo a Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs). Durante um ano e meio a coordenadora, os professores colaboradores, Vera Maria Klajn (UNIJUÍ) e Márcio Ferraz Cunha (Universidade de Uberlândia), um aluno bolsista e outros quatro voluntários, testaram diferentes bactérias para saber qual proporcionava melhor sabor, textura, aroma e viscosidade a bebida; realizaram análises microbiológicas para contagem de bactérias e análises físico-químicas nos produtos, para determinação do ph, acidez e demais parâmetros de qualidade.
A pesquisa permitiu o desenvolvimento de uma bebida saborosa e nutritiva, utilizando as bactérias probióticas – que agem na fermentação do produto e permanecem vivas até o seu consumo, trazendo benefícios a saúde dos consumidores – mais adequadas e um produto disponível na região em grande quantidade, que é a soja.
Mas em que sentido a pesquisa pode contribuir para o crescimento do aluno? Segundo a professora Ângela, a pesquisa permite uma interação de conhecimentos de diversas áreas. “Na nossa pesquisa integrávamos química, física, biologia e muitos outros conhecimentos”, diz ela. Devido a estes aspectos a participação dos alunos é muito importante e enriquecedora. “Na pesquisa os alunos têm conhecimentos de várias áreas, além disso, tem alunos que tem afinidade maior com uma linha e outros, com outras. Isso enriquece o trabalho”, ressalta. “Para desenvolver um trabalho de pesquisa precisamos ler muito, buscar referencias para nossas pesquisas em trabalhos científicos já realizados. É também uma forma de colocar em prática o que aprendemos em sala de aula”, reforça Cristiano, bolsista do Projeto.
Desafios “Diferente do que na sala de aula, onde recebemos tudo pronto, na pesquisa enfrentamos muitos problemas e dificuldades, para os quais que precisamos encontrar soluções”, ressalta Cristiano. Na pesquisa muitos testes que foram realizados não deram certo, o que os instigava a procurar novos conhecimentos para resolvê-los. Para encontrar soluções a estes problemas foi fundamental a interação e o contato com pesquisadores e profissionais de outras instituições. Um dos espaços onde esta interação acontece é nos Congressos e eventos da área.
Currículo: da Graduação ao Mestrado Para os professores e a Universidade, a prática da pesquisa é uma exigência do Ministério de Educação, já para os alunos é a oportunidade de inserir no currículo, ainda mesmo na graduação, uma experiência na área científica. Para Cristiano, essa experiência e o conhecimento adquirido abriram portas para sua inserção, em 1º lugar, na seleção do Mestrado em Ciência de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), São Paulo. “Com a pesquisa estava sempre atualizando conhecimentos com todas as áreas. Por isso, estava afiado para estudar para a prova do mestrado. Muito do que foi pedido na prova aprendi na pesquisa e durante o curso”. O Mestrado em Ciência de Alimentos da Unicamp possui o conceito 7, o mais alto na avaliação do Ministério da Educação.
Participar Para ser bolsista de pesquisa o acadêmico deve informa-se no seu departamento sobre os projetos em andamento e as vagas disponíveis e inscrever-se para as vagas ofertadas para participar de uma seleção. Os alunos bolsistas recebem um auxilio da entidade financiadora, chamado bolsa de iniciação científica.