A doutoranda do Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Educação nas Ciências da Unijuí, Franciele Rocha, está em Osnabrück, Baixa-saxônia, na Alemanha. A estudante está realizando o intercâmbio acadêmico por meio do Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior, da CAPES, e compartilhou um pouco da sua experiência. Confira o relato da Franciele:
“Eu poderia ficar um dia inteiro falando sobre as vantagens de fazer um intercâmbio, mas uma delas é a troca de experiências com pessoas de todo lugar do mundo. A cada conversa aprendo um pouco mais sobre o mundo e as diferentes culturas.
Às vezes faço paralelos com o Brasil e penso em coisas que poderiam ser diferentes para melhorar nossa realidade social e isso agrega muito à minha formação como doutoranda em Educação nas Ciências. Outro ponto interessante é poder sair das nossas bolhas (social, familiar, cultural) e enxergar o mundo de outra forma.
Eu nem sei como explicar isso, mas sair do Brasil está me tornando uma pessoa melhor, pelo simples fato de ter que conviver com muito mais diversidade do que já temos aí. Então os sabores e cores mudam, a língua e a linguagem mudam, o olhar sobre as coisas muda. E cada dia mais percebo que fazer pré-julgamentos sobre qualquer pessoa ou cultura é totalmente inútil e extremamente limitante.
Poder conhecer o olhar que outras pessoas têm sobre o Brasil é no mínimo interessante. Dessa forma, vou articulando os conhecimentos prévios sobre nossa realidade com os estudos que tenho feito e as novas visões que me estão sendo apresentadas. Tudo isso para poder pensar em alternativas que agreguem ao desenvolvimento saudável e humanamente possível da sociedade brasileira.
Uma outra vantagem em fazer intercâmbio é poder aprender outras línguas. Estando na Alemanha não só aprendo alemão como também melhoro meu inglês e me arrisco no francês, italiano e espanhol. Tenho vizinhos de diversos países, então é bem interessante manter um diálogo com eles.
Tudo aquilo que dizem sobre o intercâmbio ser uma experiência que modifica a vida de quem o faz é verdade. Eu não acreditava que fosse tanto assim, mas felizmente é. Não tenho contraindicações.
Aqui na Alemanha eu recebi a carteirinha de estudante que me dá direito a almoçar na universidade por um preço baixo, além de entradas com preço reduzido ou grátis, e passagens de trem gratuitas dentro da Baixa-saxônia. Acredito que em outras localidades isso também seja possível.
Em Osnabrück existem belíssimas Igrejas e pontos turísticos para visitar, e a agenda de atividades culturais é bem recheada. Esta cidade em particular é muito amigável, me sinto em casa. O bom de estar na Europa é que existem vários países pequenos por perto e as viagens são relativamente baratas, então as oportunidades de ir a eventos em outros países aumentam. Basta se programar e você pode ter uma experiência bem rica por aqui, no sentido acadêmico.
A dica principal é saber falar inglês, para facilitar a vida. Eu ainda estou aprendendo o alemão, mas não tive maiores problemas na adaptação por causa disso. Não podemos ter medo e pensar que não somos capazes de "sobreviver" em um país diferente. É necessária ter coragem para estar aberto aos novos sabores e cores, pois isso facilitará o bom andamento da experiência.
Outra coisa que considero importante é ter um objetivo em mente. Não se deve fazer intercâmbio só para "fugir" do Brasil. Se você quer sair do país, pesquise sobre o que pode ser melhor para sua realidade social e educacional, fale com as pessoas certas, busque ajuda. Na UNIJUÍ existem diversas possibilidades de intercâmbio e eu fui muito bem assistida nesse sentido”.