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O relato de intercâmbio é do estudante de Administração - Panambi, Leonardo Gruenevald Neto, que esteve no Instituto Politécnico de Leiria (Leiria – Portugal).
A minha partida do Brasil em direção a Portugal começou com uma mistura de sentimentos, os mais predominantes eram o MEDO e a ALEGRIA. Medo por diversos fatores, os principais eram o avião cair (sim, eu tinha esse medo) e sobre o que iria encontrar. Já a alegria era também sobre o que iria encontrar. Eu sei, é contraditório, mas era esse meu sentimento quando parti para este desafio.
Na minha chegada a Portugal, tive o privilégio de ter pessoas que me ajudaram, desde o meu desembarque até chegar na minha moradia em Leiria. O primeiro contato com o povo português foi através dessas pessoas (o Filipe, a Marina e a Bruna), pessoas que me tranquilizaram nos primeiros dias e ajudaram em praticamente tudo no início. Posso afirmar que se não fossem essas três pessoas meu intercâmbio não seria nem de longe o que foi e por isso devo muito a eles.
Foi por eles que descobri a cultura, os costumes e os ideais do povo português, foi por eles que descobri que nossos povos (brasileiro e português) são tão parecidos. Por intermédio deles que entendi o quão o mundo é enorme e diverso. Mesmo sendo nações irmãs (Brasil e Portugal) temos nossas diferenças, mas o respeito prevalece acima de tudo. Portugal virou minha segunda casa, aprendi a amar, respeitar e perceber que existem coisas maravilhosas e pessoas maravilhosas mundo afora, e isso me fez entender o quão bom foi este meu intercâmbio e com certeza pretendo voltar o mais breve possível. No começo estava assustado com tudo, era tudo novo, tudo diferente, mas com ajuda desses amigos, consegui aproveitar ao máximo meu intercâmbio.
Não posso esquecer também dos amigos brasileiros que fiz nesse período. O convívio diariamente com dois brasileiros de Cruz Alta, alunos da Unicruz, com quem dividi a casa, rapazes com quem tive a oportunidade de aprender diversas coisas, pois foi uma vivência intensa, cada um com sua trajetória de vida, seu modo de pensar e agir, eram pessoas que se conheceram no intercâmbio, mas aos poucos as diferenças foram sendo compreendidas e com isso o aprendizado veio e hoje posso dizer que são meus amigos.
E por fim o pessoal de Lajeado e Estrela, que estudam na Univates, pessoas que sempre tinham alguma história boa para contar. Aprendi com cada um deles, pois cada um tinha algo especial que me fizeram refletir e pensar sobre meus defeitos e qualidades. Todas essas pessoas e outras que convivi mostraram-me suas experiências, ideias e perspectivas de vida, e isso me trouxe um aprendizado, pois de cada um que conheci tirei uma lição, ensinaram-me que o contraditório é bom, que o debate é saudável, que me faz crescer como ser humano, essa foi a melhor coisa que aprendi nesses cinco meses.
Falando sobre o IPL (Instituto Politécnico de Leiria) e sobre as aulas: fui até lá para iniciar minha nova licenciatura (Engenharia Informática), no começo, infelizmente, cheguei na segunda semana de aulas, então, estava completamente perdido e tive dificuldade em diversos aspectos, inclusive na língua, apesar de ser a mesma (português) há diferenças cruciais na pronuncia e isso me deixou confuso nos primeiros dias. Além disso, tive dificuldades no método de ensino, que é rígido. O IPL tem uma ótima infraestrutura e aos poucos consegui criar confiança de todos, principalmente dos meus professores, com quem tive conversas que agregaram e contribuíram para eu entender a cultura portuguesa. Espero um dia receber eles aqui no Brasil para uma visita, pois convidei a todos a conhecer nosso país e ter a oportunidade de retribuir a forma agradável como fui recebido por eles em Portugal.
A despedida foi um dos piores momentos, não estava preparado, pois estava deixando pessoas e momentos que me fizeram feliz, que levarei para a eternidade, contarei aos meus filhos e netos, e com certeza farei de tudo para que ambos possam ter essa oportunidade que não pode ser expressa por palavras apenas por sentimentos.
Antes de partir para esta experiência, me considerava uma pessoa e hoje vejo que evolui em todos os aspectos, mas ainda tenho muito a melhorar e a crescer profissionalmente, mas principalmente pessoalmente. Estarei disposto a ajudar a todos que desejam ingressar nessa aventura, pois sei agora o quão importante é alguém estar a auxiliar nessa decisão difícil, complexa, que te deixa com medo mas que no final traz um benefício sem igual.
Para finalizar, digo o quão importante é o sonho de viajar e/ou viver na Europa, mas afirmo também que, apesar das dificuldades e dos problemas que o nosso país enfrenta, é um país maravilhoso, com uma diversidade cultura sem igual, com um beleza própria e com um povo que tem na alma sua grande qualidade, um povo batalhador, que enfrenta os problemas de cabeça erguida, sem perder o sorriso e a alegria, isso é uma qualidade que não tem como dimensionar.
Quero agradecer à Unijuí por disponibilizar essa oportunidade e também agradecer especificamente a professora Sandra Albarello, professora Adriane Fabrício, professor Martin Ledermann, Lais Lourega (antiga secretária do laboratório de gestão da administração campus Panambi), a equipe da secretaria do campus Panambi e a equipe do Escritório de Relações Internacionais. Obrigado a todos e peço desculpas por algum eventual transtorno ou incômodo nesse período.
E deixo uma frase que li e que resume bem o espírito do intercâmbio:
"Quem disse que a melhor parte da vida é a infância, nunca fez um intercâmbio"
Autor desconhecido.
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