A mata ao lado do Campus da UNIJUÍ em Santa Rosa revelou uma grande surpresa para a Bióloga da Universidade, Sabrina Thiele. Uma espécie de borboleta ameaçada de extinção foi descoberta por acaso durante buscas por lagartas.
A bióloga iniciou a pesquisa ainda quando aluna da Universidade, em trabalhos voluntários, que realizava em turno inverso no laboratório. Após passar por um estágio em São Paulo, no Laboratório de Ecologia de Borboletas da Unicamp ela descobriu que muitas lagartas se alimentavam de Cipó-de-São-João, uma planta comum no bosque da Unijuí em Santa Rosa, então decidiu fazer uma busca por lagartas neste local.
O resultado dos trabalhos da Bióloga da Unijuí foi acompanhado pelo pesquisador da Unicamp que após o processo de metamorfose das lagartas, identificou a borboleta como sendo Cyanophrys bertha, uma espécie rara e ameaçada de extinção. A espécie consta na Lista Vermelha (de espécies ameaçadas de extinção) da União Mundial pela Conservação da Natureza (UICN). Os resultados da pesquisa serão publicados em breve em uma revista científica internacional.
Sabrina revela que esta borboleta é muito difícil de ser observada, e que as fotos que ela registrou são as únicas desta borboleta viva no mundo, pois segundo ela, só há registros fotográficos do animal em coleções de museus. “É importante que continuemos preservando o bosque ao lado da universidade como uma forma de contribuir para a preservação desta espécie rara de borboleta, que vive aqui”, destaca a bióloga.
Confira a entrevista com a bióloga:
Como você se sente depois dessa descoberta?
Sinto-me feliz em poder contribuir com a preservação das borboletas e do ambiente no qual elas vivem, além de despertar a sensibilização das pessoas para o cuidado com o meio ambiente. Considero importante mostrar para as pessoas que as borboletas são mais do que símbolos culturais, e que podem ser úteis como indicadoras da qualidade do ambiente.
Essa vontade de pesquisar sobre borboletas vem desde pequena?
O interesse pelas borboletas surgiu através de uma disciplina de campo, ainda quando aluna de Ciências Biológicas, na qual tive a oportunidade de trabalhar com a criação de lagartas de borboletas pela primeira vez. Depois disso, a curiosidade pelas lagartas, a sua metamorfose e, a borboleta que surgia a partir dela, me instigaram a continuar minhas criações. Foi através de trabalhos simples que tive a oportunidade de conhecer diversas espécies.
Qual o incentivo que você recebeu da UNIJUÍ para a realização desse trabalho?
A Unijuí disponibilizou o espaço e a estrutura dos laboratórios para que fossem desenvolvidos os métodos de criação das lagartas.
Quais são os seus planos daqui para frente?
Gosto muito da carreira acadêmica e busco aperfeiçoar-me para continuar trabalhando com pesquisas nesta mesma linha que venho desenvolvendo.