Por: Marjorie Barros Bock - estudante de Jornalismo
Desde que comecei a aprender inglês (seja na escola ou no cursinho) esteve presente o sonho de estudar em um país estrangeiro para conhecer novas culturas e me aperfeiçoar na língua que agregaria muito à minha vida pessoal e profissional. No início de 2016 surgiu a companhia e a oportunidade certa de tornar o meu sonho realidade. Juntamente com meu colega de curso, Matheus Ghiggi Bassi, fomos em busca de informações com o Escritório de Relações Internacionais da Unijuí.
As opções para os nossos cursos de Jornalismo e Comunicação Social – Habilitação: Publicidade e Propaganda eram Portugal, Espanha e Polônia. Primeiramente fiquei surpresa, pois esperava países onde o inglês era a língua principal, foi quando eu descobri a real abrangência da língua universal. Fomos informados que as aulas na Polônia eram ministradas em inglês e logo surgiu a curiosidade de conhecer mais sobre a cultura polonesa.
No dia 27 de setembro de 2016 embarcamos na nossa maior aventura, rumo à Lublin. A maior cidade do leste polonês nos esperava com o final do outono, nos recepcionando com uma temperatura amena e folhas caindo no chão. Localizada a 165 km da capital Varsóvia, Lublin trouxe todo o seu charme europeu para encantar nossos olhos. Não demorou muitos dias para o inverno chegar e logo o lugar das folhas foi tomado pela neve. Saindo totalmente da nossa zona de conforto, olhar pela janela e assistir a neve cair e transformar a cidade que seria nossa casa por 6 meses em um cenário de filme era algo encantador.
A Old Town de Lublin (Cidade Velha) ainda contém os sinais da invasão da Alemanha nazista, mas apresenta, lindamente, o quanto o povo polonês lutou e conseguiu reerguer seu país. A riqueza cultural que os pontos turísticos proporcionaram foi de riquíssima valia. Poder assistir a história com nossos próprios olhos é uma experiência impagável. Lublin também mantém, até hoje, o Konzentrationslager Majdanek, um dos campos de concentração nazistas que foi construído lá. É uma visita difícil, mas necessária. A importância de visitar lugares como este é indispensável para que ninguém esqueça e que esta crueldade nunca mais se repita.
Voltando à minha cidade (sim, já me considero um pouco polonesa também), nosso intercâmbio cultural acadêmico só foi possível graças ao acordo bilateral que a Unijuí tem com a Uniwersytet Marii Curie-Skłodowskiej (UMCS) que há muitos anos acolhe estudantes brasileiros. Graças aos esforços da professora doutora Barbara Hlibowicka-Weglarz e da professora Natalia Klidzio, os alunos da Unijuí tem acesso à essa oportunidade. A quinta universidade criada na Polônia nos acolheu de braços abertos, com professores incríveis, que não mediram esforços para nos auxiliar. Durante nossas aulas dividíamos a sala, tanto com alunos intercambistas, quanto com poloneses. A língua inglesa mais uma vez se mostrou necessária, pois era por meio dela que nos comunicavamos.
Confesso que a língua polonesa era um dos meus principais medos quanto decidi realizar meus estudos na Polônia. Antes de embarcar me arrisquei em algumas aulas pela internet, cheguei em Lublin e me ousava a tentar um Cześć ou até „Dzień dobry”, mas foi a partir das aulas ministradas pela Professora Alina Faroussi que começamos a entender o polonês. Preciso ser sincera que ainda me falta muito para ser fluente, mas a tentativa é sempre válida.
Minha experiência foi incrível, desde o primeiro dia descobrir novas culturas, fazer amigos de diferentes parte do mundo e ainda praticar meu inglês foram os pontos principais dessa aventura. Todas as aprendizagens, sejam elas pessoais como profissionais, serão muito bem utilizadas na minha vida. A independência que senti ao longo desses 6 meses abriu meu leque de possibilidades e me fez perceber que com muito empenho é possível realizar nossos sonhos.