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Faz pouco mais de um mês que o tímido Job Malanga Mafuco chegou à Unijuí, vindo da cidade de Luanda, capital da Angola.
Há pouco mais de um ano ele embarcou de Luanda, capital da Angola, com destino ao Brasil. Na bagagem, muitas expectativas para descobrir um novo país. Embora já conhecesse Rio de Janeiro e São Paulo pela televisão e pela internet, o país ainda era uma incógnita para o intercambista Job Malanga Mafuco, 22 anos.
E foi na cidade de Santo Augusto, distante pouco mais de 70 quilômetros de Ijuí que ele iniciou a graduação em Ciências Contábeis. A Unijuí só entrou na vida do Job no final de 2015, quando um amigo da igreja, que ele frequentava em sua primeira cidade no Brasil, o convidou para passar os festejos de Natal. Nessa visita ele conheceu a cidade e conheceu a Unijuí. Impressionado com a estrutura, ele resolveu se transferir para a Universidade. Pouco tempo depois, conseguiu um estágio no Laboratório de Contabilidade, onde é estagiário atualmente.
O Brasil é o grande destino dos jovens de Angola que desejam estudar fora e o principal motivo é a facilidade da língua, que também é a portuguesa. E quando a oportunidade de fazer o tão sonhado intercâmbio apareceu para Job, ele achou que iria estudar no Rio de Janeiro ou em São Paulo. “Eram as cidades que eu mais conhecia”, relata.
Porém, quando saiu o visto, e ele recebeu a notícia que viria para o Rio Grande do Sul, ficou confuso: “eu pensei que o Rio Grande do Sul fosse uma cidade do Rio de Janeiro”. No meio de tantos equívocos e desencontros, Job descobriu que o Rio Grande do Sul era um Estado!. Foi no meio dessas idas e vindas, de surpresas e descobertas que Job chegou aqui!
Agora mais acostumado, está cursando o 3º semestre de Ciências Contábeis e vive em uma pensão próxima ao campus Ijuí. Como muitos outros alunos da Universidade que vem de outras cidades, ele está tendo a ajuda dos pais para pagar os custos de mensalidade, alimentação, moradia e transporte, já que não está integrado a nenhum programa de intercâmbio no Brasil. Espero aprender ao máximo. Ter bastante conhecimento”, observa.
Frio em uma cultura diferente
Ainda reticente quanto a cultura que o recebeu no Rio Grande do Sul, Job está se acostumando ainda a vida e ao clima gaúcho. “É muito frio aqui! E muito quente também!”, reclama (não sem razão, né!). Job estranhou um pouco o nosso clima, as temperaturas em Luana variam entre 12°C e os dias mais quentes são com máximas de 32°C.
E a vida em Luanda, como era? Desde pequeno Job estudou em escolas de regime militar, visto que o próprio pai dele era militar do exército angolano. Pouco antes de vir ao Brasil, tinha iniciado o curso de Engenharia Elétrica em uma universidade local, e foi lá mesmo que ele soube da possibilidade de estudar aqui e tratou de agilizar os trâmites. Mesmo que um tanto tímido, em Angola, o intercambista tinha segunda atividade: a música. Com uma banda ele tocava em festas de casamentos e o repertório em grande parte era composto por músicas brasileiras.
A distância traz saudade e, para ficar o mais próximo possível da família e dos amigos, ele mantem contato via Whatsapp e Facebook. Porém, no final do ano Job pretender ir para Angola visitar os pais, mas nada de desistir do intercâmbio. Ele pretender terminar a graduação em Ciências Contábeis aqui na Unijuí, o que deve acontecer daqui a três anos!