Os sons da estrada

Diariamente centenas de veículos de toda a região noroeste se encaminham para Ijuí. Eles carregam alunos de todas as cidades próximas da universidade, em muitos casos são viagens longas e que pela repetição a cada dia da semana se tornam chatas e cansativas. Uma aliada para que a inexorável marcha do tempo não se torne tão desgastante é a música.

Os quilômetros percorridos invariavelmente são embalados pelos mais diversos ritmos, o que torna aquele tempo em que se está viajando um momento para relaxar e descansar depois de um dia corrido de trabalho.

Esta é a rotina, por exemplo, da acadêmica de Design Fabiele da Rosa. Com seus fones personalizados, ela conta que essa é uma maneira de relaxar e aproveitar uma das coisas que mais gosta: ouvir música. Apreciadora do rock nacional e internacional, confessa que o estilo não é bem visto pelos pais. Logo, em casa não consegue ter tempo para ouvir Matanza ou AC/DC, portanto usa aquele espaço de tempo para ouvir velhos clássicos. Mas nem tudo são flores. Esse amor pela música no último volume também trouxe alguns resultados negativos. Ela conta que já teve problemas de audição por causa deste hábito.

A música é tema constante, não tem jeito, quem não escuta pelos fones é convidado a ouvir pelos alto-falantes. Há quem não goste e queira aproveitar a viagem de outra forma, como revisar conteúdo para a prova, ler um livro, colocar a conversa em dia. Mas a maioria sempre vence e o som continua, ainda que baixo, mas continua.

Agora, as noites de sexta-feira são um capítulo à parte. O último dia da semana é regado a muita música ao vivo. Passageiros viram intérpretes, e tudo vira uma grande festa. É energia pura que emana de uma gente jovem com vontade de viver. A música neste caso encurta distâncias.

Texto: Kelvin Rodrigo Carvalho de Morais